sábado, 9 de março de 2013

O doente e o remédio

Portugal era um doente em paragem cardíaca. Se não lhe acudissem com um desfibrilhador tinha morrido. É verdade que também tinha diabetes e estava magro devido à vida desregrada que levava há anos, em particular nos últimos onde andou de festa em festa.

O plano do Governo foi: primeiro dar o choque, depois procurar estabilizar as funções vitais, deixando para depois o tratamento da diabetes e engordar o paciente.

O plano defendido pelo PS era: engordar o paciente, tratar a diabetes, fazer uma operação plástica e não reparar que estava em paragem cardíaca.

O plano defendido pelo PCP é: não comparecer à sessão de ressuscitação, dar chocolate ao doente e proibir ver televisão.

A opção do BE sempre foi: esquecer as doenças todas e dar ganza da boa ao doente. Insultá-lo se o doente tiver uma ideia diferente.

Esta é a verdadeira situação política em Portugal. O desfibrilhador funcionou, a receita também, por ventura deram algum remédio a mais, mas era o remédio certo. Ainda não se atacou o problema da diabetes, mas há um plano, e não se pensou ainda como se vai engordar o doente quando estiver bom do resto, e já devia.

Mas a verdade é que há vida e sem vida nunca haveria esperança.
Querer imputar aos efeitos colaterais do tratamento que lhe salvou a vida, o problema cardíaco com que se começou é, no mínimo, pouco sério. Não perceber que as opções do PS, do PCP e do BE não podiam ter sido aplicadas porque o doente já estaria morto é estupidez.

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