sexta-feira, 15 de março de 2013

Antes um PSD a prazo do que um PREC eterno

Na semana seguinte à “grande” manifestação, onde se confundiram milhares com milhões, o PSD desatou a subir nas sondagens de intenção de voto e só já está a 3% do PS. PSD e CDS terão mais do que o PS nesta altura, sendo o PSD o único partido em subida o que, antes de mais, retira aos que quiseram açambarcar politicamente “a rua” o direito a continuarem a colocar em causa a “legitimidade do Governo”.
No twitter alguém dizia há pouco sobre as sondagens: “o PS deve estar a fazer algo de muito errado”. Respondi que “talvez o PSD também esteja a fazer qualquer coisa certa”. Mas não obtive acordo dos compinchas tuiteiros, sobretudo dos cães de guarda do pensamento único e correto das redes sociais.
Sendo, assim, verdade que PSD e PS só fazem asneiras e admitindo que a teoria do “que se lixe a troika” estava a ganhar adeptos que se materializaram “na rua”, então BE e PCP deveriam estar nos píncaros da intensão de voto nas sondagens e até na liderança, como aconteceu, por exemplo, na Grécia. Surpresa? Isso não acontece! BE e PCP, juntos, continuam a estar longe, muito longe, de qualquer dos partidos do chamado “arco do poder”. Sendo assim, peço licença para considerar, por extrapolação legítima, que BE e PCP estejam também a fazer tudo errado, por ventura, ainda mais errado do que PS e PSD – esqueçamos o CDS que quer ser esquecido. Ou seja, todo o sistema político português está errado. Todos os políticos são maus, conclusão científica lógica.
E, aqui, chegámos à mensagem que essa “revoluçãozita” que anda por aí quer passar: que nada presta no sistema político, que não temos políticos à altura e, dedução lógica, que nada presta neste povo, incapaz de se organizar politicamente e incapaz de escolher… estúpido!
Meus amigos: sempre que as “revoluções” foram por aí, dando à rua mais legitimidade do que ao voto e dando-se a si próprias a intelectualidade que recusam poder ter o povo, quiseram no momento contíguo instalar um PREC. Um PREC que desejam eterno, não vá o povo – estúpido – votar errado de novo. É por isso que ainda hoje a “revolução” continua em Cuba e é por isso que por lá, um cubano não pode comer carne de vaca nem ter água quente.
E é por isso que, assim, em nome das amplas liberdades, do anti-capitalismo, do anti-banqueirismo, do anti-liberalismo, do “que se lixe a troika” se pretende legitimar, sine die, a “suspensão da democracia”.
Perdoem-me a opinião dissonante da cartilha atual da nova Meca chamada “Facebook”, mas eu prefiro um povo a escolher mal e um PSD a fazer tudo errado… “algumas coisas erradas”, digo eu.


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