sábado, 16 de março de 2013

A EVIDENTE QUEDA DO FUTEBOL CLUBE DO PORTO EM 2013


Benfica e Porto travam uma luta a dois pela liderança do campeonato. É lugar-comum dizer que as equipas de Jorge Jesus caem por exaustão algures entre Fevereiro e Março. Estranhamente tem-
se este ano criticado o facto de Jorge Jesus estar a fazer rodar muito mais do que o normal o seu plantel, enquanto no Porto ninguém parece estranhar muito o curtíssimo plantel (pelo menos com qualidade mínima) que os campeões evidenciam. A derrota em Málaga deixou a nu essa realidade que, em boa verdade, já se vinha notando, numa equipa que vive muito da presença de algumas peças chave para as quais não tem substitutos. Por muito que elogiemos Jackson, a verdade é que não há no banco alguém capaz de um render e, mesmo com ele, o Porto não é aquela equipa concretizadora que já foi noutros tempos. Mas vejamos a verdade dos números de 2013. Este ano o Porto fez 14 jogos, contra 19 do Benfica.
Ou seja, nos primeiros 75 dias do ano, o Benfica não teve em média sequer quatro dias entre jogos (3,9 dias entre jogos). Já o Porto teve 5,3 dias entre cada jogo, quase um dia e meio a mais. Nesse período, o Benfica venceu 16 jogos, contra apenas 10 do Futebol Clube do Porto, empatou os mesmos três mas não perdeu nenhum, o que aconteceu ao Porto. Quanto a golos marcados e sofridos, o Benfica concretizou por 46 vezes, contra apenas 27 dos portistas (19 golos de diferença). O Porto leva vantagem em golos sofridos (apenas 7) contra 11 do Benfica. Contudo, a média de golos sofridos por Porto e Benfica no mesmo período não é muito diferente (0,6 contra 0,5). Já nos golos marcados, o Benfica leva a impressionante média de 2,4 golos por jogo e o Porto apenas 1,3. Se apertarmos a malha, esta superioridade do Benfica é tanto maior quanto nos aproximamos da data de hoje. Ou seja, se pensarmos apenas em Março, por exemplo, veremos que o Porto conta uma vitória, uma derrota e um empate nos três jogos disputados e 3 golos marcados e outros tantos sofridos, o que duplica a média de golos sofridos para o Porto e baixa radicalmente a de golos marcados. Já o Benfica, em Março, apesar de um calendário de quatro jogos, venceu-os todos, tendo marcado 10 golos (mais sete que o Porto) e sofrido apenas dois (menos um do que o Porto).
Perante estes números – não bastasse o que se vai vendo em campo – fica clara a evidente e crescente diferença de forma entre as duas equipas e a incapacidade notória que o Porto tem tido em gerir o esforço do seu plantel em função de um calendário bem mais favorável e com muito menos pressão do que o do Benfica. Todos os indicadores (golos marcados, sofridos, rácio de vitória e pontual) têm vindo a cair para o Futebol Clube do Porto. Já quanto o Benfica tem conseguido não apenas manter o ritmo mas melhorar o único aspeto em que, em termos estatísticos, perdia para o Futebol Clube do Porto (a defesa). Se virmos atentamente, antes do jogo com o Bordéus o Benfica sofreu apenas um golo em oito jogos e mesmo os dois sofridos em França colocam o Benfica com tantos golos sofridos nos últimos nove jogos como o Porto em três.
Não sei quem será campeão, mas estes números só podem ter uma leitura: um Porto em clara queda e um Benfica a fazer aquilo que não conseguiu fazer nos últimos anos nesta altura da época. A única coisa que peço é que, da próxima vez que falarem de “gestão de plantel” e se caia na idiotice de criticar Jorge Jesus por esse motivo, se olhe para estes números, se medite um pouco e se vá pedir responsabilidades a Vítor Pereira e, já agora, à direção do Futebol Clube do Porto por não ter sabido construir um plantel capaz para esta temporada.

Sem comentários:

Enviar um comentário